quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Feuerstein e a construção mediada do conhecimento


Nasceu na Romênia, em 1921, e reside em Israel desde 1994. É professor de Psicologia, mundialmente renomado, e um especialista no campo cognitivo. Iniciou sua carreira na Educação dando aulas para crianças, cujos pais haviam sido exilados. Estudou Psicologia na Romênia e em Jerusalém. Exerceu a profissão de professor de crianças que vinham dos campos de concentração do holocausto judeu.
Estudou na Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget, e compartilhava alguns pontos de sua teoria com os estudos de Vygotsky, do qual tem muita admiração. É considerado um dos educadores mais conceituados dos tempos atuais, carismático, e venerado por todo o mundo.
Segundo sua teoria, toda pessoa é capaz de aumentar seu potencial de inteligência, independente de problemas que possa ter ou da idade.
Feuerstein afirma que vale a pena trabalhar para modificar e transformar a vida. Em 1994, elaborou o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) e seu modelo de Psicodiagnóstico (LPAD). O PEI é um programa de formação cognitiva que tem em vista o incremento do potencial de aprendizagem. Com isso, Apesar de alguns avanços no enfoque da prática educativa do professor dessa área, hoje a ênfase do aluno com necessidades educacionais especiais está voltada para suas "deficiências" e não para suas eficiências. Conceituar e definir quem é o deficiente requer além de uma equipe profissional especializada, uma concepção de indivíduo em sua totalidade.
A teoria de Feuerstein oferece uma possibilidade interessante de novo olhar para a educação do aluno com necessidades educativas especiais:
...” todo indivíduo que apresenta retardo mental pode ter sua inteligência modificada - o retardo mental não é própria da estrutura cognitiva do indivíduo nem uma qualidade irreversível. Deve-se eliminar a condição de retardo, ou pelo menos diminuí-la, bem como diminuir as limitações que o retardo cria através de uma aprendizagem mediada. Essa postura modifica a educação: da educação do ‘retardo mental' para uma educação a normalidade” (p.268).
Com isso, devemos acreditar no potencial não-manifesto, na aprendizagem e no desenvolvimento do indivíduo pela interação sociocultural . Elaborando metodologias avaliativas mais eficientes, voltadas para as potencialidades e habilidades do aluno.Parece difícil a tarefa de considerar um deficiente mental, por exemplo, como um ser humano que é dotado de uma mente flexível, aberta a mundanças e com uma propensão natural para aprendizagem.A falta de mediadores intencionais que selecionem e organizem os significados culturais, provoca uma síndrome denominada por Feuerstein de provoca a "síndrome de privação cultural" (p.73). Esta e impede o desenvolvimento cognitivo e afetivo adequado e reduz o nível de modificabilidade e da flexibilidade mental. A palavra impede parece muito forte e determinante no que se refere ao desenvolvimento humano, mas o autor não nega que os "fatores distais" (genéticos, orgânicos, emocionais, etários e socioculturais) sejam significativos nos transtornos, o que ele nega é que estes fatores sejam irreversíveis e a "causa proximal" da falta de aprendizagem, que considera seja a falta de Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM).
Em geral, ele prioriza o novo papel do professor de ensino especial e renova o seu compromisso em atuar nessa área. Dentre suas competências, o educador deve aprimorar seu conhecimento teórico que é fundamental para que exista uma "educação inclusiva". O que não faz sentido falar, já que a educação é para todos. Mas enquanto isso não acontece, devemos continuar resgatando os rumos da educação especial.

Até a próxima postagem!

Aline, Inglidy e Jenifer

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